quarta-feira, 17 de outubro de 2012

LEFT N RIGHT É UMA NOVA FASE DO ROCK MADE IN BRASILIA?



O CURTA METRAGEM INTERVALO P´RO ROCK MARCA O INICIO DE UMA NOVA FASE NO ROCK MADE IN BRASÍLIA




INTERVALO P´RO ROCK PART I




INTERVALO P´RO ROCK PART II






           É isso mesmo. O curta Intervalo P´ro Rock está inserido no programa de estreia dos rockeiros Loro Jones e Rogerio Aguas, guitarristas e apresentadores do programa de TV Left N Righ. Talvez porque um deles é canhoto e o outro destro quando tocam suas guitarras. Mas o que marca a nova fase do rock made in Brasília é o fato do dinossauro fundador do Capital Inicial, Loro Jones, está cada vez mais presente na vida cultural da cidade que o projetou.
          É dos poucos desses ícones do rock nacional que está na ativa no Distrito Federal. Por isso, para não ficar apenas no saudosismo de quem vive essa fase contemporanea do rock brasiliense e depois diz que estava lá e não estava, vale a pena acompanhar o trampo desses rockeiros.
          Principalmente devido a era onde show de rock não tem rock, onde bandas de rock não fazem críticas e tudo parece tão longe daquilo que é , sempre foi e sempre será o bom e velho rock and roll.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CURTA INTERVALO P´RO ROCK NA TV CIDADE LIVRE






10 anos após a saída da banda que fundou e liderou por vários anos,  Capital Inicial, Loro Jones  inicia em 2012  serie de mostras na TV Cidade Livre, no Left N Right TV Program. Conta com o apresentador e parceiro artístico Rogerio Aguas  para assegurar o intento. Interessante é que Loro, destro, é o Left desse entretenimento televisivo; Rogerio, canhoto, o Right. Seria subversão apontada já no título?

A TV Cidade Livre está de parabéns por apoiar essa nova fase desse veterano do rock nacional. Importante destacar ainda que o programa levanta polêmica logo na estreia, ao sugerir que Brasília jamais fora efetivamente Capital do Rock. Isto é, na versão de Left N Right, bandeira levantada por discursos inflamados de políticos brasilienses, que ao mesmo tempo que afirmam essa premissa, a negam por não fazerem qualquer política pública para assegurar ser Brasília a maior representante do rock nacional.

Não poderíamos esperar por menos, pois, rockeiros de atitude estão em baixa. Basta citar o fato de que letras de protestos e coisa do gênero são elementos fundamentais para se ficar fora da grande mídia. Ao assistirmos Rock In Rio sem Rock e outros no mesmo sentido, entenderemos melhor o que são as novas bandas de rock de plástico exibidas na televisão aberta.

Left N Right é por essas e outras muito bem vindo e reafirmamos ser a TV que os exibe, a Cidade Livre, muito feliz no pleito, ao mesmo tempo que faz jus ao nome: Comunitária.

Intervalo Pro Rock é um curta metragem de Rogerio Aguas e Loro Jones e abre essa serie de apresentações. Está inserido no primeiro programa da serie. O formato no you tube é pouco diferente do programa, pois, há mais liberdade de expressão na internet. Os rockers no curta são Thiago e Arthur. Os apresentadores são Loro, Rogerio, Jr. Convidados especiais para fazer as entrevistas: PH, Fernando e Alonso Martins- Ediçao de Cleuberth Choi. O curta está em reprise na TV Cidade Livre, Canal 08 da Net.



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

MOSTRA BRASÍLIA 2012 ESPANTOU MAIS DE 500 CINEASTAS

                                                                                         



              Mostra Brasília é uma das poucas criações da Câmara Legislativa,  que de fato beneficiava  o setor cultural do Distrito Federal de forma eficiente, pois, contemplava público e cineastas da cidade. Todavia, a legislatura atual da assembléia candanga conseguiu fazer jus ao apelido que recebera da mídia nacional, Casa do Espanto, e espantou literalmente mais de 500 cineastas da cidade!

            Nada difícil de entender. A questão é que a Mostra  garantia a exibição da produção cinematográfica produzida na cidade por ocasião do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Apesar de a premiação anterior à Mostra de 2012, cerca de R$20mil, ser muito pouco para se fazer cinema,   e isto apenas para  quem ganhasse o premio Câmara Legislativa, os cineastas amadores em sua maior parte sentiam-se contemplados por considerar a propria exibição a melhor forma de ser premidado. Importante lembrar que o trabalho amador é  a ponte para se profissionalizar.

           A questão é que a Casa do Espanto conseguiu mais uma de suas proezas. Aumentou o valor do premio de R$20mil para mais de R$200mil. Em principio parecia boa coisa. Todavia, a Casa que deveria promover a inclusão e as formas mais amplas de contemplar os cidadãos no Distrito Federal em políticas públicas, promoveu a seleção de apenas 16 filmes para o Mostra Brasilia! Excluiu numa tacada só mais de 500 cineastas!  Assim a Casa do Espanto subiu e muito a premiaçao ao mesmo tempo que, de forma inversa, excluiu aqueles que tradicionalmente e do proprio bolso produzem filmes de curta, media e longa metragem no Distrito Federal. É a velha forma de concentração de renda e dá pra desconfiar de quais são as verdadeiras intenções dos deputados distritais na atual Mostra Brasília.

          O que mais espanta e indigna o bom senso de quem   ouve os discursos inflamados dos parlamentares da Câmara Legislativa, quando o assunto é festival de cinema, é o fato de tentarem proclamar Brasilia  Capital do Cinema. A mesma balela de chamar a cidade de Capital do Rock. Em ambos os casos  a Casa do Espanto não   faz políticas públicas para contemplar qualquer dos setores. E quando faz é assim mesmo: aumenta-se a verba e segue o curso que a nação está cansada de saber, pois, concentra o que é dinheiro público na mão de poucos. No caso da mostra, os cineastas esperavam maior divisão da nova premiação no sentido de  incentivar a massa de cineastas amadores  e profissionais do Distrito Federal. O espanto, porém, já era certo.  O corte da Casa do Espanto foi na proporção de  excluir mais de 500 cineastas em detrimento de 16.

           Os cineastas, finalmente, que fazem cinema com o proprio bolso não desanimam. Continuam a produção sabendo que se assim não for não há Capital de Cinema para o discursos demagogos dos distritais. E mais. Ao ser anunciado algum projeto da Casa do Espanto e este, por sua vez, contempla o abandonado setor cultural de Brasilia, o mais certo é que dure pouco, muito pouco mesmo. A Casa do Terror nunca falha e sempre faz jus à má fama.

LEFT N RIGHT NA TV CIDADE LIVRE




LEFT N RIGHT - apresentação na chamada de Dário Mattos e JR.
A TV Comunitária (TV Cidade Livre) de Brasília (canal 8 na NET e na web www.tvcomunitariadf.com) apresenta mais uma novidade na sua tela. É o programa Left "N" Right, de Loro (o Left) e Rogerio (o Right), um mix de material audiovisual produzido, inicialmente, para a internet e agora adaptado para TV. É também  resultado de uma parceria com Magu Cartabranca, do Libertário. A proposta do programa é apontar os problemas dos musicistas que tocam rock na cidade outrora considerada Capital do Rock e possíveis soluções para as questões levantadas a partir da segunda edição. Tem por objetivo criticar o espaço do Rock em Brasília, que tem se resumido ao folclore do que virou a lembrança dos anos 80. Left "N" Right é uma espécie de oásis dos rockers na TV Cidade Livre. Assista, nos s eguintes dias e horários: estreia nesta sexta, dia 7, às 17h30, e reprise às 1h30. Outras reprises: sábado, dia 8, às 15h e às 2h20; domingo, dia 9, às 16h e às 2h30; segunda, dia 10, às 14h; terça, dia 11, às 16h; quarta, dia 12, às 17h; e quinta, dia 13, às 15h.
Destaque da produção para as trilhas  do amigo Gypsy Carns, do Mississipi USA,parecem nesse primeiro programa.  Gyspy esteve com Aguas e Loro e estará na próxima edição do programa.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

LEFT N RIGHT MARCA PRESENÇA NO ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA



Loro Jones entrevista a Adminstradora de Sobradinho, América Menezes e Alvin, da Secretaria  de  Cultura.


LEFT N RIGHT  - PROGRAMA DE ROCK  com os guitarristas apresentadores Loro e Rogerio (de acordo com Loro,  as iniciais desses nomes  gerou o título do programa Left N Right). Talk rock que  segue seu curso e já   originou  o curta metragem Intervalo Pro Rock.
            No curta  os atores adolescentes Thiago e Artur discutem música e programação de TV, até encontrarem o Left N Right - LR  no ar. Daí aparecem as entrevistas e aulas de guitarra que fazem parte do programa. No trecho desse video são entrevistados Flávio Venturini, Alvin e América Menezes, esta administradora de Sobradinho, PH, Fernando Neto e sao exibidas cenas da participação de Loro com o Capital Inicial por ocasião do aniversário de Brasília. Rogerio Aguas dá as dicas de Stairway to Heaven, versão live,  para seus pequenos alunos  e não percam a continuidade dessa aventura LR na telona e em breve no you tube.
            Repare, finalmente, o furo que a camera do Left N Right (Créditos de Rogerio Aguas) pegou, quando Loro Jones literalmente toma a guitarra do guitarrista de apoio do Capital, vez que Dinho Ouro Preto demorava para chamar Loro ao palco,  participação que o público aguardava devido divulgação na imprensa. JR, repórter cinematográfico do LR, também registrou seus devidos créditos nessa matéria. 



LEFT N RIGHT NO CINEMA

É isso mesmo. Left N Right lança curta metragem dirigido pelos apresentadores Rogerio Aguas e Loro Jones. O curta necessita de finalização e conta com o apoio de quem goste do bom, original e velho rock n roll. Interessados entrem em contato pelo email da tv multiverso.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

FLÁVIO VENTURINI NO LEFT N RIGHT



              O seu programa de rock n roll Left N Right esteve nos bastidores do show de Flávio Venturini em Brasília. Não perca na TV e no you tube essa matéria com essa fera da música brasileira. Rogerio Aguas contou ao Flávio sobre Mathias Reis, cantor brasileiro radicado na Austrália, admirador fiel de Flávio e do 14 bis. Mathias levou  muitos outros a apreciarem  Venturini  e a banda mineira antes de ir para os Estados Unidos e em seguida para a Austrália. Flavio agradeceu e mandou   a q u e l e   abraço a Mathias! Confira tudo na próxima edição.





Flavio Venturini e Rogerio Aguas







GYPSY CARNS VEM AÍ!
ADOELTON FREITAS ANUNCIA NA RÁDIO CALDAS


                                                                     Adoelton Freitas


  
                  Adoelton Freitas não deixa a peteca cair e convoca todos os seus ouvintes na rádio Caldas a comparecerem ao Festival Blues Gospel Brazil, a realizar-se aos 07 de julho em Brasília. Gypsy Carns é detentor de dois Grammys, abriu shows de Cheap Trick e faz o melhor blues gospel do Mississipi. O festival também levanta a bandeira Voce pode vencer as drogas. Conta com parcerias de casas de recuperação de dependentes químicos e autoridades responsáveis por essa causa.  


sexta-feira, 6 de abril de 2012

VERANEIO VASCAÍNCA TEM VISÃO PRECONCEITUOSA E LOMBROSIANA.


                                                        Cesare Lombroso 1835 a 1909. Legista italiano do  final do século XIX e início do XX defendia ter os criminosos genética de bandido e características de negro e índio, sendo as favelas e periferias do mundo o local onde tal gen era desenvolvido


                   A polícia contemporânea ainda se utiliza das mesmas cores da antiga Veraneio.




Por muitos anos  a censura da ditadura militar proibiu a publicação de infinitas   músicas devido conteúdo de letras consideradas subversivas. Atingia não somente o segmento musical, mas também   a literatura, o teatro e  o cinema. A crítica  severa de intelectuais especializados em arte de certo modo também   fez  muitos projetos artísticos caírem por terra,  antes mesmo de serem sequer publicados. A questão é que a censura acabou e a  crítica da arte made in Brazil parece estar submersa.  Após muitas pesquisas, por exemplo, de uma flagrante letra preconceituosa do rock nacional, nada  encontrei que apontasse qualquer   crítica menor ou maior  ao  conteúdo de  Veraneio Vascaína, concebida por ocasião do grupo de Renato Russo pré Legião Urbana, Aborto Elétrico. Discuti com um dos detentores de direitos conexos da mesma, Loro Jones (ex-integrante do Capital Inicial e que gravou as guitarras da track), acerca da discriminação contra o pobre,  flagrantemente contida na letra . Nem sequer entrei no preconceito contra policiais honestos que fazem contra-ponto com a banda podre da polícia. Contudo, mesmo não sendo autor, Loro defendeu de forma aguerrida, porém,   sem qualquer fundamentação que  afastasse ou derrubasse  a crítica  que irei apontar  abaixo.

Renato Russo e Flávio Lemos são os compositores do hit gravado pelo Capital Inicial, Veraneio Vascaína. Além de  apontar  problemas de repressão do baixo regime militar, pois este estava em decadência, a canção traz  algo mais  do que uma simples crítica de rockeiros rebeldes. Contêm o que qualquer estudante de Direito conhece muito bem, uma visão lombrosiana da classe menos  favorecida (Lombrosiana por fazer alusão inconsciente a Cesare Lombroso, legista italiano do  final do século XIX e início do século XX, que   defendia ter os criminosos genética de bandido e características de negro e índio, sendo as favelas e periferias do mundo o local onde tal gen seria  desenvolvido. Em outras palavras, o criminoso já nascia com o gen de bandido por ser negro e pobre).  Indo direto à vaca fria, a música tem  trechos pleonásticos  e uma estrofe pesadamente  discriminatória nos moldes de Lombroso.  São,  respectivamente:

a)  Cuidado pessoal lá vem vindo a veraneio ...   e
b)  Porque pobre quando nasce com instinto assassino,
    sabe o que vai ser quando crescer desde menino.
    Ladrão p´ra roubar, ou marginal p´ra matar.
    Papai, eu quero ser policial quando eu crescer.

a)      Na primeira linha a licença poética vai escusar o pleonasmo de lá vem vindo... Além da frase seguir  o exemplo pleonástico no mesmo sentido   de descer para baixo ou subir para cima, o trecho ainda   tem   cacofonia ao formar a palavra lavem  nesse ponto. Vale a pena repetir a questão da  licença poética  ter o poder de resolver esses problemas. O que interessa apontar nessa matéria, contudo, vem em seguida.

b)      Poque pobre quando nasce com instinto assassino... e vai até Papai eu quero ser policial quando eu crescer. Pois bem, o hino dos então jovens de classe média alta de Brasília, Renato Russo e seu amigo co-autor,  enxergaram e reproduziram na música  a repressão sofrida pela polícia da ditadura em pelo menos três aspectos.  O primeiro é acertado  e ataca a polícia  de então, que  por si só era opressora; o segundo ataque é contra a   reprimenda  ao uso de entorpecentes, o que  também provocou  os jovens (a repressão de entorpecentes continua sendo função da polícia por força da lei 11.343 de 2006, Lei das Drogas). Perceba que os policiais  dessa época  usavam  viaturas de marca  Veraneio,   de cor preta, branca e vermelha, de onde vem o título Veraneio Vascaína.  Revoltados  com a situação nada fácil daquele cenário decadente da história do Brasil e com as ações de combate  ao uso de entorpecentes, os rockeiros com pitadas de punk  de Brasília elaboraram  a letra dessa música incluindo o que  vem a ser  o terceiro e pernicioso aspecto da obra: o preconceito contra pobre com o corolário  lombrosiano,  sem qualquer rodeio: Porque pobre quando nasce com instinto assassino, sabe o que vai ser quando crescer desde menino. Ladrão p´ra roubar (outro pleonasmo), marginal p´ra matar . Papai eu quero ser policial quando eu crescer. Atinge   preconceituosamente pobres e policiais. Não é difícil perceber  a origem da  inspiração  quando se tem em mente o que já disse acerca  do contexto sócio-econômico de  Renato Russo e Flávio Lemos, ou seja,  jovens de classe média alta, moradores das nobres quadras da Asa Sul e  do Lago Sul de  Brasília, respectivamente. Por outro lado, seria pedir demais que os dois guris, no bom sentido, pudessem apontar quais eram  os fatores de poder que regiam  as forças policiais daquele tempo. Não são os pobres que nascem com instinto assassino. Se alguém nasce assim é questão séria para a biologia, antropologia e psiquiatria.   A minoria dos poderosos do mundo  é que  sempre promoveu  saques a cidades inteiras, países e ao mundo. Geram má distribuição de renda e falta de recursos públicos para a educação, a segurança e a saúde. O pior é que esses sim,  nascem  em berços de ouro e tem a melhor educação possível. Como explicar se tem, então, instinto assassino por reproduzirem as maldades e mazelas políticas por tradição herdada pelos pais, avós e bisavós? Mesmo nesse caso repudiamos qualquer tese lombrosiana ao contrário, apontando ricos com gens criminosos. Tá amarrado! Certo é que  quando assim procedem reproduzem  o que fizeram seus antepassados poderosos e,  obviamente , matam de fome, de raiva e de sede!  Hospitais sem médicos e sem remédios, a fila do INSS e a falta de professores fazem parte do quadro que promove  situações de morte, terror e pânico. E todo um sistema há muito montado  maqueia a situação de desigualdade, o que engloba a justiça, a mídia, a  polícia e outros meios. Isto irá clara e lamentavelmente  prender e apontar o pobre como responsável pelas tragédias sociais. Inclusive, a repressão. Infelizmente  o jargão histórico pode muitas vezes ser aplicado, pois, o povo que não conhece sua história está condenado a repetí-la.    E não há novidade para a civilização da atualidade. Quer na história contemporânea, quer na antiga, a situação se repete .  O Padre e escritor da literatura brasileira,  Antonio Vieira,  há muito  denunciara   (século XVII)  em seus Sermões que no Brasil as autoridades prendiam  ladrões de peixes e deixavam seguir  livres os que saqueavam  cidades inteiras. Os jovens compositores de Veraneio Vascaína certamente não escreveriam com essa mesma ótica caso conhecessem as teorias de Cesare Lombroso, que muito serviram à cúpula da política italiana e todo o mundo positivista de sua época. Em nossos dias podemos ver resquícios da ridícula teoria de Lombroso nos quatro cantos da Terra. Nada fácil, então, defender Veraneio Vascaína, quando se tem informação histórica e o mínimo de interpretação da letra da música em seu mais profundo significado, talvez totalmente desconhecido até hoje pelos autores.  Loro Jones tentou a defesa e desistiu, mesmo tendo  suporte de um publicitário fã das bandas de Brasília, porém,  sem qualquer informação adicional que afastasse a matéria do preconceito contra os pobres e desfavorecidos.  Se se informassem  devidamente sobre  quais eram  os fatores de poder que regiam e continuam regendo  a polícia, a política e encarceram  os pobres em detrimento da liberdade dos criminosos de colarinho branco, abandonariam rapidamente a tese. Ou não. Justo Veríssimo, personagem que odeia pobre, criado por  Chico Anísio para ironizar quem assim procede,  com certeza abraçaria essa infame tese.  E mais. Tais fatores que oprimem a classe pobre são os mesmos que deixam passar pelo salvo conduto da impunidade  governadores e banqueiros corruptos, no mesmo sentido apontado por Antonio Vieira. Se alguem duvida, pergunte: Quem viu preso qualquer dos poderosos dos mensalões ?  Foram Arruda, Prudente, Brunelli e Eurides presos por sentença condenatória transitada em julgado? Daniel Dantas, Genebaldo, João Alves etc. etc. etc. foram condenados e punidos ?  Portanto, jovens, senhoras e  senhores escritores de banda de rock,  grupo de samba ou seja lá o que for.  Poetas ou artistas plásticos. Viva a crítica! Faz pensar. Pobre, minha gente (esse minha gente é   para lembrar Fernando Collor mesmo), é reproduzir conteúdo de  preconceito contra quem quer que seja e sequer perceber o que se está fazendo ou se  dispondo a fazer. Pobre  não nasce com instinto assassino, se não nos livros de Cesare  Lombroso. O cometer infrações e crimes  não tem classe ou cor certa.  Humanos cometem indistintamente infrações, independente de condições menos ou mais favoráveis. E Veraneio Vascaína em um país mais atento e  aculturado  há muito já teria sido devidamente denunciada  por qualquer pessoa melhor  informada,    pelo lamentável conteúdo de  preconceito explícito e descarado disfarçado de denúncia  na letra,  cujo início vem vindo e apontando ter   pleonasmo,  cacofonia e discriminação.

           por Rogério Águas