sexta-feira, 14 de setembro de 2012

MOSTRA BRASÍLIA 2012 ESPANTOU MAIS DE 500 CINEASTAS

                                                                                         



              Mostra Brasília é uma das poucas criações da Câmara Legislativa,  que de fato beneficiava  o setor cultural do Distrito Federal de forma eficiente, pois, contemplava público e cineastas da cidade. Todavia, a legislatura atual da assembléia candanga conseguiu fazer jus ao apelido que recebera da mídia nacional, Casa do Espanto, e espantou literalmente mais de 500 cineastas da cidade!

            Nada difícil de entender. A questão é que a Mostra  garantia a exibição da produção cinematográfica produzida na cidade por ocasião do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Apesar de a premiação anterior à Mostra de 2012, cerca de R$20mil, ser muito pouco para se fazer cinema,   e isto apenas para  quem ganhasse o premio Câmara Legislativa, os cineastas amadores em sua maior parte sentiam-se contemplados por considerar a propria exibição a melhor forma de ser premidado. Importante lembrar que o trabalho amador é  a ponte para se profissionalizar.

           A questão é que a Casa do Espanto conseguiu mais uma de suas proezas. Aumentou o valor do premio de R$20mil para mais de R$200mil. Em principio parecia boa coisa. Todavia, a Casa que deveria promover a inclusão e as formas mais amplas de contemplar os cidadãos no Distrito Federal em políticas públicas, promoveu a seleção de apenas 16 filmes para o Mostra Brasilia! Excluiu numa tacada só mais de 500 cineastas!  Assim a Casa do Espanto subiu e muito a premiaçao ao mesmo tempo que, de forma inversa, excluiu aqueles que tradicionalmente e do proprio bolso produzem filmes de curta, media e longa metragem no Distrito Federal. É a velha forma de concentração de renda e dá pra desconfiar de quais são as verdadeiras intenções dos deputados distritais na atual Mostra Brasília.

          O que mais espanta e indigna o bom senso de quem   ouve os discursos inflamados dos parlamentares da Câmara Legislativa, quando o assunto é festival de cinema, é o fato de tentarem proclamar Brasilia  Capital do Cinema. A mesma balela de chamar a cidade de Capital do Rock. Em ambos os casos  a Casa do Espanto não   faz políticas públicas para contemplar qualquer dos setores. E quando faz é assim mesmo: aumenta-se a verba e segue o curso que a nação está cansada de saber, pois, concentra o que é dinheiro público na mão de poucos. No caso da mostra, os cineastas esperavam maior divisão da nova premiação no sentido de  incentivar a massa de cineastas amadores  e profissionais do Distrito Federal. O espanto, porém, já era certo.  O corte da Casa do Espanto foi na proporção de  excluir mais de 500 cineastas em detrimento de 16.

           Os cineastas, finalmente, que fazem cinema com o proprio bolso não desanimam. Continuam a produção sabendo que se assim não for não há Capital de Cinema para o discursos demagogos dos distritais. E mais. Ao ser anunciado algum projeto da Casa do Espanto e este, por sua vez, contempla o abandonado setor cultural de Brasilia, o mais certo é que dure pouco, muito pouco mesmo. A Casa do Terror nunca falha e sempre faz jus à má fama.